Cervejas artesanais ganham espaço em roteiros turísticos

Viagens incluem visita a pequenas fábricas de cerveja e degustação do produto.

A qualidade e o sabor de inúmeras cervejarias artesanais brasileiras ganharam fama e prestígio internacional. O desafio agora é incluir estas propriedades nos roteiros turísticos brasileiros, a exemplo do que aconteceu com o turismo das vinícolas, que já estão presentes no pacote de viagens do brasileiro.

As cervejarias artesanais são montadas, em geral, em estrutura familiar, com a criação e o desenvolvimento de estilos e receitas próprias. O Rio de Janeiro, por exemplo, está investindo no projeto da Rota Cervejeira, um circuito que interliga os produtores de cerveja da região, incluindo as micros e grandes cervejarias, e ainda os bares e pubs que produzem a própria cerveja no local. Os municípios de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu e Guapimirim também estão integrados a esta rota.

Recentemente o ministro do Turismo, Vinicius Lages, esteve em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, visitando as instalações da cervejaria Vila St Gallen, para conhecer o polo cervejeiro da região e o projeto da Rota Cervejeira do Rio de Janeiro.

Os imigrantes alemães são os principais cultivadores da tradição artesanal da cerveja, por isso, várias regiões de colonização germânica no país apresentam fabricação artesanal, em especial, o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A maioria delas respeita a Reinheitsgebot (Lei da Pureza da Cerveja) instituída em 1516 pelo duque Guilherme IV da Baviera, que diz que a cerveja deve ser produzida apenas com água, malte de cevada e lúpulo.

Outras cidades como Belo Horizonte, São Paulo, além de Ribeirão Preto, Manaus, Distrito Federal, e algumas cidades do Espírito Santos também têm produção de cervejas artesanais. De acordo com dados Sistema de Controle de Produção de Bebidas da Receita Federal, a produção no país chega a cerca 13,4 bilhões de litros, embora boa parte delas seja industrializada.

O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja no mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China. Uma pesquisa realizada em 2013 pelo Ibope mostra que pelo menos 64% dos brasileiros preferem a cerveja na hora de celebrar suas festas e comemorações. O mercado das artesanais ainda está em crescimento no Brasil.

No Rio Grande do Sul existem pelo menos 30 cervejarias artesanais em cidades como: Cachoeira do Sul (Selva Brasil); Canela (Cervejaria Farol ); Capela de Santana (Barley); Dois Irmãos (Hunsrück e Microcervejaria 3R2); Feliz (Cervejaria Eisenbrück) ; Gramado (Razenbier e Imaculada); Ivoti (Brüderberg Handwerk Bier e Hordeum Vulgare); Nova Petrópolis (Cervejaria Edelbrau); Novo Hamburgo (Loeb`s Bier); Porto Alegre (Tupiniquim, Baldhead Cervejas, Prost Bier e outras ); Santa Cruz do Sul (Becker Dopke Brauerei, Cervejaria Heilige); Santa Maria (Dado Bier); Teutônia (Coruja).

Em Santa Catarina, o Vale Europeu congrega a maioria das cervejarias: Blumenau (Eisenbahn, Bierland, Wunder Bier); Brusque (Zehn Bier); Gaspar (Das Bier); Pomerode (Schornstein); Timbó (Borck); também em Canoinhas (Loeffler); Treze Tílias (Bierbaum); Jaraguá do Sul (Königs Bier); Joinville (Opa Bier).

No Paraná, a capital, têm a maioria das artesanais: Curitiba (Cervejaria Bodebrown, Gauden Bier, Madalosso, Cruz de Malta, Hop`n Roll, Bier Hoff, Tortmenta, DUM); Araucária (Wensky Bier); Campo Largo (Kleinbier); Palmas (Insana); Cascavél (Providência, Five Cat´s Brewery) Pinhais (Cervejaria Way, Bastard Brewery).

Em São Paulo, algumas opções são: Cervejaria Nacional; Serra de Três Pontas, Eigen Bier, Dortmund, Jupiter e Noturna) Ribeirão Preto (Colorado, Invicta); Piracicaba (Dama Bier, Cerveja Leuven, Cevada Pura); Votorantim (Cervejaria Bamberg, Hoffen); Indaiatuba (Karavelle).

Em Minas Gerais: Belo Horizonte (Backer, Wälls, Falk Bier, Taberna do Vale, König Artus, 1977); Nova Lima (Krug Bier, Cerveja Küd, Volga, Capa Preta e Cervejaria Jambreiro).

Fonte: Cláudia Sanz / Assessoria de Comunicação Social – Ascom/MTur

Minas apresenta roteiro que mistura café com cachaça

Agricultores familiares abrem suas propriedades para o turista, que tem a chance de conhecer o processo de produção artesanal de duas bebidas tipicamente brasileiras.

O copo é quase sempre pequeno, a dose tem que ser na medida certa. O corpo esquenta a cada gole. Café e cachaça são bebidas tipicamente brasileiras. Tomar uma xícara de café ao acordar ou após o almoço é um hábito comum a boa parte dos brasileiros. Alguns, também, não deixam de degustar uma dose de cachaça antes das refeições para abrir o apetite e apurar o paladar.

As duas bebidas caminham juntas em um roteiro de turismo rural pelo sudeste de Minas Gerais. Denominado Café com Cachaça, o passeio oferece a oportunidade de conhecer os processos produtivos artesanais das bebidas sob o cuidado de agricultores familiares. O roteiro faz parte do Projeto Talentos do Brasil Rural.

O programa pode durar um ou dois dias e passa por três municípios mineiros: Viçosa, Arapongas e Guaraciaba. “Minas Gerais é a capital da gastronomia e dois produtos importantes do estado são o café e a cachaça, que já vêm sendo premiados há tempos”, diz Renato Cardoso, coordenador do Roteiro Café com Cachaça.

A produção familiar é, ainda, um atrativo turístico que valoriza a cultura local e gera renda à comunidade local, segundo o diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Onaur Ruano.

Há duas formas de se fazer o passeio. O roteiro de um dia custa R$ 120 e o de dois dias sai por R$ 350, por pessoa, já inclusos hospedagem e alimentação. O grupo, de no mínimo oito pessoas, sai de Viçosa ou de Guaraciaba e passa por três propriedades da agricultura familiar, além do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.

Mais informações no Serra de Minas.

Melhor café de Minas Gerais

Certificado há oito anos para produzir café orgânico, o agricultor familiar Edmar Lopes cultiva o produto a mais de 1.572 metros de altitude, o que influencia nas características de aroma da bebida. O resultado do trabalho são os dois prêmios de melhor café do estado que a família já ganhou.

Edmar recebe pelo menos 20 visitantes por mês em sua propriedade, o Sítio Cantinho da Saudade, que fica no município de Arapongas. “Nós mostramos desde o princípio da produção: o manejo do solo, a seleção do café, o torrador e a secagem. Eles passam a conhecer todo o processo”, afirma.

A produção total de café do sítio varia entre duas e três toneladas por ano. A maior parte da venda é feita via cooperativa, mas o objetivo é aumentar a venda nas visitas. “Hoje eu vendo cerca de 10% do café nas visitas à propriedade. Nosso objetivo é dobrar esse número com o Roteiro Café com Cachaça”, afirma.

Segunda melhor cachaça do Brasil

O agricultor familiar José Maria Santana Júnior deu segmento ao trabalho iniciado pelo pai na Cachaçaria Guaraciaba. Os 400 mil litros de cachaça artesanal são produzidos na Fazenda Independência, em Guaraciaba. Os 300 visitantes anuais vão à propriedade da agricultura familiar para saber como é feita a cachaça.

“Nós trabalhamos com a colheita da cana sem queima, fermentação é natural, destilação em alambiques de panela e fracionada”, diz Júnior. “Separamos a cabeça e a cauda e só engarrafamos o ‘coração’ da cachaça, que é a parte boa do produto”, afirma.

O cuidado com a iguaria rende bons frutos e prêmios. A cachaça de Guaraciaba ficou entre as cinco melhores cachaças amarelas do Brasil.

Como chegar

Saindo de Belo Horizonte, pegar a BR-356 – sentido Ouro Preto – seguir, então, para Ponte Nova e para Guaraciaba, ponto inicial do roteiro. Para circular pela região recomenda-se dispor de um veículo de passeio ou contratar um serviço de turismo receptivo.

O roteiro foi desenvolvido a partir de uma parceria entre os ministérios do Turismo (MTur) e do Desenvolvimento Agrário (MDA), e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Fonte: Ministério do Turismo – Com reportagem do Ministério do Desenvolvimento Agrário.